27/11/2023 às 18h45min - Atualizada em 27/11/2023 às 18h45min
A conduta dos partidos políticos no enfrentamento das ameaças à consolidação da democracia
*Por Wellington Alves Valente
Nos tempos atuais existem correntes de opinião em quase todas as organizações políticas que reconhecem a existência de divergências sobre a conceituação dos problemas fundamentais do País e também quanto às soluções para os mesmos apontadas, divergindo também acerca dos métodos de administração e normas de convivência política, divergências estas que em alguns casos estabelecem posições nem sempre conciliáveis, culminando em uma crescente onda de retaliações e revanchismos, gerando distorções que dificultam a prevalência dos princípios democráticos que devem ser a mola mestra do funcionamento da República.
Entretanto, para que a democracia possa efetivamente prevalecer, faz-se necessário que a República seja conduzida através de caminhos largos e seguros, sempre voltados para o bem-estar social, por meio da definição de rumos certos e objetivos claros e precisos, tendo sempre por referência o fato de que a vida política só se justifica em função de um pensamento, de uma concepção, de um nobre objetivo a alcançar, qual seja, a plenitude do espírito democrático.
Quanto à conduta e atuação dos partidos políticos dentro deste cenário, ao nosso entender eles não têm como sentir-se vinculados a outros compromissos que não os dos superiores interesses do País, sendo certo ainda que as agremiações políticas devem saber conduzir-se com vitalidade, energia, decisão diante de crises, lutando na defesa de princípios democráticos e de um programa de desenvolvimento econômico e social, visando sempre atender às aspirações da sociedade, independente de revanchismo ou mesmo querelas políticas insignificantes.
Ciente de que o fato social tem profunda repercussão nos atos políticos, nestas horas como as que estamos vivendo, as lutas políticas não devem se limitar a tratar simplesmente da conquista do poder para esse ou aquele partido político. Neste momento em que vivemos, a sociedade exige por parte dos partidos políticos uma atuação no sentido de cada vez mais definir melhor as bandeiras sociais, atuando sempre pautados pelo espírito público e pelo civismo, mediante uma programação político/partidária capaz de reacender a confiança na alma do povo brasileiro para com a classe política.
De fato, cabe aos partidos políticos integrarem-se imediatamente e sem vacilações, nessa realidade, com a exata compreensão da época em que vivemos, de suas implicações internacionais, com roteiros e diretrizes bem definidos para a hora atual, buscando afirmar através de um sentido novo, a democracia brasileira como capaz de resolver os problemas sociais e atender às necessidades e aspirações de progresso de nossa sociedade, visando sempre atender ao interesse coletivo de forma geral e não a fins pessoais ou mesmo de grupos restritos.
Dentro deste espírito democrático, entendo que os partidos políticos não podem jamais deixar de lado a bandeira de desenvolvimento econômico e social, nacionalismo e democracia social, trabalhando sempre para estabelecer uma participação tanto em nível nacional, quanto estadual e mesmo municipal, no sentido de fortalecer a democracia e permitir uma participação ainda mais qualificada da sociedade na tomada de decisões que impactem o crescimento econômico e social, contribuindo assim de forma efetiva para o bem-estar do povo e da nação.
Vivemos tempos em que a participação das camadas sociais está cada vez mais amadurecida, onde o povo, seja de forma coletiva ou mesmo individual, mantém acessa a chama da esperança em dias melhores e para tanto, a participação dos partidos políticos como instrumentos de agrupamento social em torno de uma ideologia e uma bandeira de luta, em muito contribui para o crescimento da participação da sociedade nas decisões que impactam a nação brasileira, permitindo com isto termos uma civilização florescente e consciente de sua responsabilidade em construir um futuro melhor por meio de ações efetivas de crescimento realizadas no tempo presente, sem inquietações nem temores, podendo assegurar, pela ciência e pela técnica, pelo patriotismo refletido e seguro, pela coesão das suas forças morais, a concretização dos ideais de paz e tolerância, legalidade, democracia e justiça social.
*Wellington Alves Valente, advogado, pós-graduado em Gestão Pública, especialista em Direito Eleitoral, mestrando em Mediação e Conciliação pela Fundação Universitária Iberoamericana - Rede Universitária Brasil. (valenteadv1@gmail.com - www.valentereis.com.br)