10/10/2022 às 19h30min - Atualizada em 10/10/2022 às 19h30min

A LGBTfobia no mercado de trabalho e as dificuldades para a população

Rafael Miyake, estagiário, sob supervisão de Luciana Hage
Sophie Emeny/Unsplash
A comunidade LGBTQIA+ no Brasil, mais que outros grupos sociais, tem enfrentado dificuldades diárias na busca por oportunidades de trabalho. O mercado, de modo geral, ainda é pouco inclusivo para aqueles que não seguem a norma convencional de orientação sexual e identidade de gênero.

Segundo a consultoria Mais Diversidade, 54% da população LGBTQIA+ não sente segurança para falar sobre sua identidade de gênero e orientação sexual no ambiente profissional. A pesquisa tem como objetivo mapear o perfil da comunidade no mercado de trabalho.

Para 74% dos entrevistados da mesma pesquisa sentem falta de um ambiente de trabalho mais inclusivo e 54% afirmam que há a necessidade de mais referências de pessoas LGBTQIA+ no mercado profissional. 

“Até hoje a população LGBTQIA+ sofre muito com a falta histórica de emprego e renda, em especial mulheres lésbicas, pessoas trans e travestis. O mercado de trabalho é moldado para excluir pessoas que estão fora de certa normativa. Então é preciso que façamos políticas públicas que cheguem para falar sobre essa questão da empregabilidade”. Explica Jane Patrícia Gama, Coordenadora de Diversidade Sexual do município de Belém.

De acordo com levantamento realizado em 2020 pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), cerca de 90% das mulheres trans no Brasil vivem na prostituição. Apenas 6% têm trabalhos informais e 4% possuem empregos formais.

Ainda segundo a coordenadora, os grupos que lutam pelos direitos da população LGBTQIA+ já conquistaram muito e seguem conquistando cada vez mais, embora ainda esteja longe do ideal.

O preconceito de forma geral

Segundo o levantamento “Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+”, foram 316 LGBTQIA+ mortos por causas violentas no Brasil em 2021. Quase uma morte por dia. Além disso, milhares de pessoas LGBTQIA+ sofrem com violências preconceituosas. 

Não existem dados oficiais do Governo Federal com relação a crimes motivados por LGBTfobia. A falta de dados impede a criação de políticas públicas específicas para a população.

Para Dhiego Monteiro, doula e estudante de defesa e gestão estratégica internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, o preconceito é ainda maior com quem faz parte de outras minorias. “Quanto mais fora da norma você for, mais você vai sofrer. O machismo, o racismo, e assim vai, se aliam à LGBTfobia”.

A criminalização de violência motivada por identidade de gênero ou orientação sexual foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2019. Desde então, a LGBTfobia é reconhecida como equivalente ao crime de racismo, na lei Nº 7716/89

Veja mais sobre o tema no vídeo “LGBTQIA+ | Desigualdade no Mercado de Trabalho”, no CN News.

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