04/10/2022 às 18h06min - Atualizada em 04/10/2022 às 18h06min

O cenário político após o primeiro turno das eleições 2022

Rafael Miyake, estagiário, sob supervisão de Luciana Hage
CN News

O primeiro turno das eleições de 2022 foi neste domingo (02). Foram eleitos 27 senadores, 513 deputados federais, 15 governadores e centenas de deputados estaduais. 

 

Para o segundo turno, 12 estados aguardam para conhecer seus governadores.

 

As eleições para presidência também foram para o segundo turno e o resultado, que será definido em 30 de outubro, pode depender dos resultados locais.

 

Segundo o Relações Públicas especialista em Governos, Aluísio Silva Júnior, Bahia e Minas Gerais devem definir o segundo turno das eleições gerais. “O bolsonarismo está num teto, porque perdeu, mas o Lula não, porque vai trazer mais votos. Se, nesses estados, metade dos votos da Simone irem para o bolsonarismo e metade para o Lula, o Lula leva a eleição”.

 

 “Em 2014, Aécio estava eleito até às 19h40. Às 20h, Dilma virou e venceu as eleições com os votos de Minas, quando as urnas foram totalizadas”, explica.  Segundo ele, as chapas gerais afetam também as eleições estaduais que ainda não foram definidas, como: São Paulo e Rio Grande do Sul.

 

Em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) disputarão o segundo turno. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Garcia (PSDB). A tendência, segundo Aluísio, é a transferência de votos de Garcia para Haddad, por conta da chapa petista para a presidência, que tem Geraldo Alckmin (PSB, ex-PSDB) como vice.

 

O cenário se repete no RS, onde Ônix Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) disputam o segundo turno. Os votos do terceiro colocado, Edegar Pretto (PT), que ficou fora da disputa por menos de 2.500 votos, devem ser transferidos para Leite, também por conta da chapa presidencial.

 

Para o jornalista e Relações Públicas Firmo Neto, a política brasileira precisa de uma disputa entre direita e esquerda, mas não com extremos, e sim com lados moderados e capazes de atender às necessidades da população como um todo. 

 

Pesquisas Eleitorais Para Presidente

 

Como todos os anos, pesquisas eleitorais foram publicadas e divulgadas pelos maiores institutos do país. As mais tradicionais, como IPEC e Datafolha, apontavam a possibilidade do candidato do PT vencer já no primeiro turno. Apesar de próximo, as pesquisas erraram o resultado real além da margem de erro, em especial a porcentagem do segundo colocado.

 

O cientista político e diretor do instituto Doxa, Dornélio Silva, acredita na necessidade de auditoria dos institutos de pesquisa nacionais, em especial por conta da grande diferença entre as projeções mais próximas do pleito e do resultado final.

 

Entre as pesquisas publicadas na semana do primeiro turno, todas se aproximaram da porcentagem do primeiro colocado, que recebeu 48,43% dos votos. Entretanto, a única pesquisa que se aproximou do resultado final do segundo colocado foi a pesquisa Atlas, publicada em 27 de setembro, que entrevistou, pela internet, 4500 pessoas de todo o país.

 

Na pesquisa, o segundo colocado tinha 41% dos votos, valor aproximado dos 43% conquistados no domingo. Pesquisadores entendem a discrepância dos valores como uma antecipação do segundo turno, em que eleitores que votariam em uma possível terceira via passaram a votar nos dois primeiros colocados, e também ao fenômeno do voto envergonhado.

 

A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o código BR-02714/2022

 

Veja vídeo “Voto útil | Voto envergonhado” em nosso canal

 

Apoios no segundo turno

 

Na tarde desta terça-feira (04), o candidato Ciro Gomes (PDT), em pronunciamento, confirmou o apoio de seu partido a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sob condições de inclusão de algumas de suas propostas ao plano de governo do petista. Léo Péricles (UP), Vera Lúcia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB) também devem apoiar Lula.

 

Jair Bolsonaro (PSL), por outro lado, deve receber apoio do candidato Padre Kelmon (PTB), que desde o primeiro turno já sinalizava seu apoio ao atual presidente.

 

O Governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), e Sérgio Moro (UNIÃO), eleito Senador pelo estado do Paraná, também declararam apoio ao candidato do PL.

 

O partido de Simone Tebet (MDB) decidiu liberar seus filiados para apoiar qualquer um dos candidatos. A presidenciável, afirmou no domingo, já ter definido seu apoio para o segundo turno, deve oficializar a posição ainda esta semana.

 

 Felipe D’Ávila (NOVO), Soraya Thronicke (UNIÃO) e Constituinte Eymael (DC) não se pronunciaram oficialmente. 

 

Veja mais sobre o tema no vídeo “Análise dos cenários políticos” no CN News.

 

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