21/09/2022 às 14h29min - Atualizada em 21/09/2022 às 14h29min
Projeto do Senado Federal institui semana da saúde mental nas escolas
Rafael Miyake, estagiário, sob supervisão de Yuri Siqueira, jornalista.
Foto: Eric Ward - Unsplash Setembro é considerado, desde 2014, o mês oficial de prevenção ao suicídio, o setembro Amarelo. Em alusão a isso, a Cidades e Negócios relembra o projeto de lei 542/21. Aprovado pelo Senado Federal e em tramitação na Câmara dos Deputados, o projeto institui nas instituições de educação básica uma semana dedicada à saúde mental.
Com o objetivo de reforçar o papel da escola no desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes, difundir informações e produzir esclarecimentos sobre o tema, o projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996.
Com a pandemia e as adaptações nos processos de ensino e aprendizagem decorrentes dela, o debate sobre a saúde mental de estudantes e educadores se torna cada vez mais importante, como explica a especialista em psicologia educacional, Noemi Genu Frazão. “A saúde mental está relacionada diretamente à educação. Como podemos preparar este jovem, futuro profissional, para estar no mercado de trabalho se não garantirmos o mínimo de saúde psíquica para que ele possa lidar com os desafios inerentes à educação?”
“Quando falamos de saúde mental, é importante enfatizar que não é só a ausência de transtornos. É o fato do ser humano estar bem consigo mesmo, estar bem com os seus pares, conseguir lidar com as cobranças do dia a dia, com as demandas pedagógicas e sociais. E essa saúde, a escola, junto com a família e o Estado, precisa garantir para as crianças”, afirma a psicóloga.
Com a pandemia e o ensino remoto, outros problemas começaram a vir à tona, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e transtornos de ansiedade, muito causados pela falta de preparo para o ensino à distância, tanto por parte de responsáveis e professores, quanto por parte dos estudantes.
Além de colaborar na resolução destes problemas e no diagnóstico de transtornos em crianças e adolescentes, a semana de saúde mental, se instituída, pode prevenir ou coibir casos de bullying, agressões e assédios entre os estudantes. A ideia, também, é que o projeto instrua professores e outros profissionais da educação a lidar com as situações citadas, além de tratar da própria saúde mental.
“Se o professor estiver bem com a sua saúde mental, estiver saudável, ele tem mais condições de trabalhar preventivamente esse tipo de situação. Bullying ocorre com muita frequência. As crianças voltaram para a escola muito mais agitadas, sem uma acentuação quanto a limites e regras. Muito mais conflitante com as relações que tinham sido menos trabalhadas. A criança estava mais isolada, não estava desenvolvendo sua habilidade social. Consequentemente, o retorno presencial trouxe um aumento considerável, tanto nas escolas públicas quanto nos particulares”, diz Noemi Frazão.
Acompanhe mais sobre o tema “Saúde Mental nas Escolas e Faculdades” no vídeo publicado em nosso canal no dia 2 de agosto.