28/05/2022 às 18h08min - Atualizada em 28/05/2022 às 18h08min

Variação do dólar afeta economia e investimentos no Brasil

Altas e quedas na moeda são sentidas na economia nacional e afetam diretamente a vida dos brasileiros

Caroliny Pinho
Reprodução/Internet
           Nos últimos doze meses os brasileiros vêm assistindo a alta e a queda do dólar e vendo essas oscilações afetarem diretamente a economia nacional. Nesta sexta-feira (27), a moeda caiu 0,48% e foi vendida a R$ 4,7381. Ao longo da semana a queda foi de 2,77%. Oscilações nas moedas são comuns e já esperadas. Mas você já parou para pensar de que forma elas podem afetar seu dia a dia?

            O mundo globalizado transaciona principalmente em dólar. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de aproximadamente um trilhão e quinhentos bilhões de dólares, o que mostra que o dólar é a moeda que serve para medir a riqueza de uma economia. Há dois tipos dela: o comercial e o de turismo.

           O primeiro é o negociado por instituições financeiras e empresas. Já o segundo é comprado por pessoas físicas para viagens ao exterior. O dólar turismo geralmente é mais caro, pois o volume de transações com ele é bem menor em relação ao dólar comercial, que é usado em exportações e importações comerciais, assim como investimentos, compra e venda de mercadorias e transações comerciais que acontecem entre governo e bancos.

          A compra e venda de produtos, como o trigo do pãozinho da padaria na esquina da sua casa, é feito com o dólar comercial, por isso é possível sentir logo quando ele está em alta. Outro bom exemplo são os combustíveis que são comercializados em dólar e atingem diretamente não só a compra de gasolina pelo consumidor final como os preços de corridas em aplicativos de transporte.

            O economista Rosivaldo Batista, ex-secretário de Economia de Belém, explica que a instabilidade na moeda provoca expansão ou contração na economia local. “O dólar pode entrar no país através das transações comerciais ou em função da aplicação em fundos de renda fixa, aplicação em títulos do tesouro face a taxa Selic, por exemplo. No nosso caso recente com 12,75% de juros básico da economia isso atrai investidores estrangeiros para ganhar com aplicação. A queda do dólar em relação ao real beneficia a entrada de dólares, pessoas vão viajar e ao mesmo tempo os importadores precisam de menos dólares nas compras com o exterior combatendo os preços domésticos e consequentemente a inflação”, ele diz.

            A alta do dólar está diretamente ligada aos juros americanos ou ao déficit da balança comercial, que ocorre quando o Brasil importa mais do que exporta. “O dólar alto beneficia os exportadores que receberão mais em real com a exportação de seus produtos. Porém prejudica os importadores que precisam de mais dólares para comprar os produtos do exterior e consequentemente esses produtos ficam mais caros nos supermercados, lojas de departamentos, veículos etc. O ideal é ter um valor da moeda equilibrada beneficiando tantos exportadores quanto importadores”, explica o economista.

            Ainda segundo o especialista a economia precisa chegar a um câmbio equilibrado e o ideal seria o dólar custar em média R$4,00, mas há algum tempo esse valor não é atingido. A consequência disso são produtos e serviços bem mais caros e um menor poder de compra da população.

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