19/05/2022 às 19h30min - Atualizada em 19/05/2022 às 19h30min

Pará é um dos principais expoentes da bioeconomia na Região Norte

Empresas de diferentes segmentos têm encontrado na bioeconomia soluções sustentáveis para produzir sem perder a qualidade e aumentando os lucros

Caroliny Pinho
Reprodução
Desenvolver uma região proporcionando crescimento a um segmento, sem deixar de lado a conservação do meio ambiente é sem dúvida um dos principais desafios econômicos das últimas décadas. Por isso, várias empresas já revisitaram suas práticas e apostam hoje em discursos mais alinhados com as preocupações atuais que incluem, por exemplo, a preservação da natureza. A bioeconomia, segmento que usa recursos renováveis com a finalidade de desenvolver soluções práticas, investe em novas tecnologias e é uma das principais apostas do futuro.

Essa semana em participação no Fórum de Inovação Anbiotec, o Ministro do Meio Ambiente, Paulo Alvim, afirmou que o modelo econômico baseado na bioeconomia é estratégico e prioritário, graças as características da biodiversidade brasileira. No mundo, os números realmente falam por si. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a bioeconomia gera para o mercado internacional aproximadamente 2 trilhões de euros e gera cerca de 22 milhões de empregos, sendo que o modelo deve responder, até 2030, por 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países que fazem parte da organização.

Negócio de família

Um exemplo de empresa regional que aposta na sustentabilidade é a Chamma da Amazônia. Criada há mais de 50 anos, a empresa é referência em produtos feitos com insumos da região. Copaíba, castanha do Pará e andiroba são a base dos principais produtos das linhas de cosméticos que têm reconhecimento nacional. A empresa familiar vem atravessando gerações carregando a mensagem de valorizar a matéria prima regional na composição dos produtos sem deixar de lado o incentivo a mão de obra local.

“Hoje, fala-se muito sobre sustentabilidade, mas lá atrás nós já pensávamos em questões ambientais, pois sempre trabalhamos com insumos daqui da Amazônia e claro que nós tínhamos sim um cuidado muito grande com a questão ambiental. Onde você não tem sustentabilidade, você não tem continuidade, não consegue inovar, obter tecnologia e principalmente não consegue melhoria de vida para dar continuidade aos descendentes. Então, isso é uma filosofia de vida, uma questão que está arraigada em nossos costumes”, afirma a empresária, Fátima Chamma.

O pai foi quem começou o negócio, seguindo os passos dos avós de Fátima. Ela conta que a empresa nunca usou matéria prima animal, somente as de origem vegetal e isso se dá pelos valores que eles buscam empregar aos produtos. Uma outra preocupação é em ajudar a movimentar a economia local gerando mais empregos de forma direta e indireta. “Nós temos aqui comunidades de cooperativas e empresas micro, pequenas, médias e grandes que transformam os insumos em produtos. Então, é um processo cuidadoso que exige muita atenção porque a conservação dos produtos é uma forma de sustentabilidade e é uma segurança pro cliente”, ela conta.

Pará: mais incentivos para a Bioeconomia

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará, instalou em abril deste ano, o Grupo de Trabalho que vai elaborar o Plano Estadual de Bioeconomia. A estratégia foi anunciada durante o Fórum Mundial de Bioeconomia realizado no ano passado na capital paraense. Na ocasião, foi assinado o decreto estadual que previu a construção do Plano, que será apresentado à sociedade em outubro.

“A gente deliberou ainda no ano passado por ocasião do Fórum Mundial de Bioeconomia, que realizamos aqui em Belém, que nós teremos um Plano Estadual de Bioeconomia. No fórum, o governador editou um decreto estabelecendo as diretrizes desse plano e aí estabelecemos também um prazo até outubro deste ano para entregá-lo. Paralelo a isso nós estamos com a proposta de criar o Parque de Bioeconomia que vem a ser um ecossistema de tecnologia e gastronomia voltado para a agricultura ou bioeconomia gastronômica, que será um centro de turismo”, afirma o Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro Ó de Almeida.

O Plano foi previsto na Estratégia Estadual de Bioeconomia instituída pelo decreto nº 1.943, de 2021, que buscou dar as bases para estimular e garantir estrutura para a transição econômica para matrizes de baixas emissões de gases de efeito estufa, resiliente aos impactos das mudanças climáticas, com geração de benefícios ambientais e socioeconômicos.

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